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“Dentro de você, agora mesmo, vive uma criança, a criança que você foi um dia”.
Você consegue se lembrar dela?
Dessa criança que tantas vezes se sentiu amedrontada por coisas que hoje já não o amedrontam mais? Que tinha sonhos, os quais você talvez tenha se esquecido? Que olhava para o mundo com uma pureza comovente e uma alegria contagiante?
Muitas vezes, na medida em que vamos envelhecendo, acabamos nos afastando dessa criança, nos esquecendo de sua voz suave, abandonando-a em algum cantinho esquecido do nosso coração. Outras vezes, para nos adaptarmos às infindáveis solicitações da vida moderna, assumimos que a criança nos deixa vulneráveis demais, e a encarceramos atrás das grades fortes e frias, tornando-se rígidos e duros, muitas vezes surdos ao choro motivado pelo sentimento de abandono que vem de dentro de nós.
Mas uma coisa é verdade. Nunca seremos plenamente felizes se não resgatarmos a nossa criança. Não importa onde ela esteja, precisamos mergulhar dentro de nós mesmos e tomá-la em nossos braços.
Precisamos cuidar dessa criança com todo o amor de que formos capazes e trazê-la de volta para a nossa vida, para que, com ela , recuperemos a leveza, a pureza, a capacidade de acreditar, criar, brincar e crescer.
A vida sem essa criança torna-se como um jardim ressecado e estéril. Falta vida. Falta alegria. Faltam sonhos. Falta amor.
(…) Pare de levar tudo tão a sério, pare de lutar com a vida por um momento e concentre-se em cuidar da criança que existe em você. Ouça mais seus sentimentos, não seja tão racional.
Acolha o que quer que esteja sentindo, sem críticas.
Faça silêncio em sua mente para que você possa ouvir a voz da sua criança. Descubra quais são as suas necessidades reais neste momento e respeite-as. Talvez você precise diminuir o ritmo de trabalho, talvez precise repensar suas obrigações, permitindo-se férias em meio à natureza. Talvez precise de um sorvete de chocolate, ou talvez ande comendo chocolate demais e precise de limites mais claros. Ouça a sua criança, tome-a em seus braços. Ajude-a. Ela precisa de você”.
Fonte: Trecho do livro Jardim dos Anjos – Patricia Gebrim, 2008