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29/08/2016 - Sem categoria

Os desafios da dependência emocional em relacionamentos amorosos

 

Quando entramos em um relacionamento amoroso sempre temos expectativas a respeito da evolução daquele sentimento, da importância repentina que o outro ganha em nossa vida. Desejamos que o(a) parceiro(a) seja compreensivo(a), que nos apoie, dedique-nos carinho e dê atenção, enfim, supra nossas necessidades no campo afetivo. Buscamos equilíbrio e troca, oferecendo essas mesmas coisas e dessa forma esperamos vivenciar um relacionamento que seja intenso, construtivo para ambos, saudável.

Seja antes que o relacionamento comece ou durante ele, todos temos dias difíceis e dias bons, enfrentamos desafios e situações. Alguns desses, porém, podem ser emocionalmente muito negativos para nós e nossos relacionamentos. Falamos principalmente da dependência emocional nas relações amorosas, mas você pode estar se perguntando: “espera aí, o que exatamente é isso e como isso pode acontecer? ”.

Emocionalmente dependente. O que é?

Quando se fala em relacionamentos, é comum que o casal seja emocionalmente diferente. Um pode ser mais confiante que o outro, ou o contrário. A dependência emocional ocorre quando alguém na relação tem problemas de autoestima, ou se sente insegura, e assim passa a colocar na decisão do outro a confiança necessária para sentir-se bem na escolha de uma roupa, para reconhecer que uma decisão tomada foi acertada porque foi aprovada pelo outro, etc.

O quadro continua até momentos em que a pessoa fragilizada esquece tanto de seu lugar, de si mesma, que deixa de tomar qualquer atitude sem antes consultar o(a) parceiro(a). O motivo disso? O medo de causar desgosto e ser trocado, ou deixado.

E quais efeitos isso pode trazer para o relacionamento?

A dependência emocional confunde. A princípio, o parceiro se sente lisonjeado por tanta atenção e afeto. No entanto, com o passar do tempo, as consequências de toda esta doação podem ir desde o desinteresse até a sensação de sufocamento, devido à extrema necessidade do outro de atenção, de afeição, de presença.

Outra situação que pode acontecer no relacionamento em decorrência da dependência emocional é a consciência (por um lado) do transtorno do outro, que passa a não suprir sentimentalmente o que ele precisa e deixa de se preocupar com isso, afundando a autoestima dele, quando não, tomando as rédeas de suas escolhas. Isolando-o do papel central em sua vida, como um possessor da vitalidade e autoestima do(a) companheiro(a).

A dependência emocional também está embutida em outras posturas, como no comportamento de quem busca incessantemente amor, aprovação, segurança ou apreciação em todos os relacionamentos.

E se eu for sentimentalmente dependente? O que posso fazer?

Nesse contexto, a ajuda profissional pode ser decisiva para que consigamos identificar os elementos que facilitarão a libertação da dependência emocional.

Além do auxilio profissional, existem alguns pontos importantes para quem sente que precisa desligar-se de outra pessoa para ter mais vida e liberdade. Essas dicas, apesar de não serem exatamente regras, possibilitam que a pessoa com a dependência consiga aos poucos desvincular-se do outro e focar em seu próprio crescimento.

Viver os momentos de solidão faz parte de nossa caminhada: aqueles que têm medo de ficarem sozinhos costumam fugir de si mesmas enquanto tentam se socorrer agarrando-se nos relacionamentos como se eles fossem boias, tenha momentos para se reconectar consigo mesmo.

Da mesma forma, os que buscam o amor incessantemente possivelmente não tem uma relação muito saudável com a auto aceitação. Você já deve ter ouvido a frase “para amar o outro, antes é preciso amar-se”.

Não tente excluir abruptamente de sua vida a fonte de sua dependência: fazer isso é arriscar-se apenas a substituir a fonte de dependência. Esse processo de emancipação é gradual e se baseia muito na postura pessoal, já que nossa segurança consigo mesmos depende de nossas atitudes frente à vida.

E por último, quem sou eu? Essa pergunta tão ameaçadora e até mesmo abstrata é na verdade bastante concreta. Como você é? Que músicas gosta, que opiniões tem sobre temas diversos, quais lugares mais gosta de ir e o que mais te amedronta? Quais são as causas de seus medos, e como você pode trabalha-las para que não limitem mais você?

No fundo, o processo que vai nos libertar da dependência emocional é um processo de autodescobrimento, libertação de amarras e crescimento de nossa autoestima. Os relacionamentos se justificam quando nós cuidamos e somos cuidados, quando fazemos o outro evoluir e há trocas boas para ambos os lados. Se não for assim, o melhor ditado que existe é aquele lá “antes só, que mal acompanhado”.

 

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